A Câmara Distrital de Brasília detém o título de Legislativo mais caro do Brasil. A verba para o pagamento de assessores do gabinete de cada um dos 24 deputados é de R$ 97.601, contra R$ 65 mil da Câmara dos Deputados, 50% a mais. Como eles contam ainda com verba indenizatória de R$ 11. 250 para custear gasolina, serviços de divulgação das atividades, hospedagem e refeição, cada parlamentar do DF dispõe de verbas mensais extras de R$ 108.851.

Em junho, logo depois da aprovação da lei que aumentou as verbas dos gabinetes dos deputados - sancionada em prazo recorde pelo governador José Roberto Arruda (DEM) -, o então presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM), disse que os valores altos se justificavam por uma especificidade do legislativo da capital: "Somos um poder diferenciado porque acumulamos função de Assembleia Legislativa e de Câmara Municipal".

Brasília não tem mesmo Câmara Municipal. Nem suas cidades-satélites contam com prefeitos ou câmaras de vereadores. Os representantes delas são osdeputados distritais. No lugar dos prefeitos os governadores nomeiam administradores para cada uma das cidades, o que quase sempre lhes garante a eleição para a Câmara Distrital ou para a Câmara dos Deputados num próximo pleito, visto que vivem muito próximo das populações. E as cidades-satélites são populosas. Ceilândia, a maior, tem mais de 400 mil habitantes; Taguatinga, mais de 300 mil; Samambaia, cerca de 200 mil